quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Elevador da Morte

Ontem estava ocorrendo tudo bem. Fui almoçar, comprei uma caixa de bombom para dividir com o pessoal do escritório. Tudo teria sido maravilhoso se não fosse por causa daquele elevador.
Entrei nele, haviam umas 10 pessoas, e quando começou a subir, ele simplesmente "travou". Normal até o momento - o histórico desses elevadores não é nada bom - mas, poucos minutos depois, o elevador simplesmente "despenca".

Um susto. Muito rápido. Alguns "flash's" em minhas lembranças.

Abaixei rapidamente, mas não o suficiente para impedir que um bloco de fibra caísse sobre minha cabeça.

O elevador atravessou o andar térreo e beijou o solo, causando um forte impacto, que fez a cobertura superior do elevador cair sobre os passageiros. A parte mais pesada caiu sobre mim.

Saí daquele inferno com vida, subi 12 andares de escada. Cabeça doía fortemente, não havia gelo, então enchi uma garrafa com água e fiquei colado num ar condicionado, para "esfriar a cabeça".
Os chefes me recomendaram ir à um hospital - sendo que nenhum deles se dispôs a me levar. Fui, sem saber o caminho direito. Cheguei, fui para triagem, e após isso, fiquei umas duas horas e meia aguardando atendimento da clínica geral.

Fui atendido, e encaminhado para o neurocirurgião avaliar o exame que fiz. Fiquei aguardando o neurocirurgião chegar. Sozinho, com fome, sede e entediado. Então, recebi uma ligação que me alegrou muito, vinda dos meus amigos da faculdade. Sorri, fiquei feliz. Sentiram minha falta. Também estava sentindo a deles. Me senti querido, importante.

Por volta das 21h encontrei o neuro. Ele recusou-se a me atender. Raiva, ódio, dor, amargura. Pra piorar, ele me encaminhou de volta à clínica geral, pois ele disse que eu não tinha "patologia neurocirúrgica, e que se alguém iria me dispensar e avaliar o exame, que seja quem o solicitou".

Voltei à recepção. Estava em troca de plantão, e o outro(a) clínico ainda não havia chegado. Haviam dezenas de pessoas na minha frente. Ficaram com meus papéis. Saí somente com o exame. Se eu não saísse, provavelmente não voltaria para casa ontem, e não queria deixar ninguém da minha família preocupado.



Voltei, meio que perdido. Mas cheguei, enfim, à Central do Brasil. Entrei no trem. Comi pele, "temperadinha e gostosa". Saí finalmente daquele pesadelo. Que bom que Deus é bom, pois não deixou que eu tivesse nenhum problema grave. Se eu fosse depender do SUS, a essa hora eu não iria mais escrever textos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário